30 de novembro de 2009

Coração de luz

Na esperança de multiplicar a luz, tirei um pedacinho do sol e transformei em bilhões de sementes.
Plantei em cada coração, cuidando para que a pequenina e brilhante fonte não morresse.
Todos os dias cultivei cada terreno, adubando com muito carinho.
Os pequeninos sóis iam crescendo e já podia ver-se de longe, um grandioso brilho.
Alguns desses cintilantes pontos de luz não cresceram. São corações que não conseguiram alimentar as pequenas sementes, pois faltava um ingrediente essencial: amor.
Mas a grande imensidão de luzes ia crescendo a cada dia.
E pouco a pouco foram se juntando. Um único sol se formava, então.
E aquele grande astro que deu origem às pequenas sementes de luz, já fazia parte de um grande
universo iluminado por imponentes estrelas, cultivadas nos corações dos homens na Terra.
Somente com a união de todas as luzes é que perceberam o mais importante: a consciência de que somente juntos, puderam transformar o mundo em um único coração de luz.

27 de novembro de 2009

A alegria da chegada

Olhar para a frente, respirar fundo, tomar coragem.
Içar a vela, proteger-se da chuva, despedir-se de todos.
O pescador inicia sua jornada rumo ao desconhecido.
O barco segue seu destino. O alto mar se apresenta como uma incógnita em seu caminho, entretanto o pescador não desiste.
Sabe que sua rota é cheia de desafios, mas tem a certeza de que vai chegar ao seu destino. Porém, mais importante do que chegar, também é compreender a importância do regresso.
Existem muitas pessoas esperando a volta do pescador.
São pessoas que o amam e aguardam ansiosamente sua chegada, trazendo o alimento tão precioso.
Por onde passou, o pescador enfrentou frio e tempestades defrontando-se com as mais diversas intempéries.
Dias e noites de muito sacrifício, mas sempre com muita confiança.
Aleluia! O tempo passou e enfim, o incansável pescador retornou à sua terra.
Trouxe o tão valioso peixe que vai sustentar sua comunidade e mais do que isso: trouxe a satisfação de que, mesmo com tantas dificuldades, a tudo superou e conseguiu voltar.
Todos comemoram, pois a angústia da espera deu lugar à tão sonhada alegria da chegada. Sabem que a volta, muitas vezes é mais importante que a partida.
Pois ir de encontro ao seu destino sempre será uma certeza. Voltar será sempre uma esperança.

26 de novembro de 2009

Aumente seu valor - Daniel Godri

Sensacional! Vamos dar mais valor à nossa vida.


24 de novembro de 2009

A vida é muito mais

Abençoados sejam meus olhos,
Permitem que eu veja a luz que vem das estrelas, as cores da primavera, o sorriso de uma criança.
Abençoados sejam meus ouvidos,
Fazem-me perceber o som de uma bela canção, a chuva batendo na janela, o cantar de um pássaro.
Abençoados sejam meus pés,
Levam-me dar o primeiro passo, conduzem-me aos lugares mais distantes, pisam o chão que me abriga.
Abençoadas sejam minhas mãos,
Deixam-me sentir a leveza de uma flor, dar carinho a quem precisa, juntar as mãos para orar.
Abençoada seja a minha boca,
Dá-me a capacidade de transmitir palavras sábias, sentir o sabor do mel, beijar o rosto de quem amo.
Abençoado seja meu coração,
Por amar, ser amado e multiplicar o amor.
Abençoada seja a minha alma,
Traz-me a condição para que eu possa crescer e entender que a vida é muito mais...

18 de novembro de 2009

Guerreiro do bem


Mal nasceste e já choras, sem saber o que te espera.
Pequenino ser, nascido em um mundo tão complexo.
Cheio de contrastes e desafios.
Mas seu choro é de luta.
Por enfrentar o desconhecido.
Que, aos poucos, vai sendo dominado.
Por mais duro que se apresente, esse mundo não é obstáculo.
Para sua coragem e bravura.
Pouco a pouco, de ser frágil e dependente; torna-se homem, torna-se guerreiro.
Junto a tantos outros homens, esse é o guerreiro do bem.
Procura, em cada momento, lutar para crescer.
Viver dignamente, transmitir sua luz.
Para aqueles que na escuridão se encontram.
Para aqueles que ainda não encontraram seu caminho.
É assim a sina do guerreiro:
Por onde passa, espalha amor e sabedoria.
Sabendo que outros guerreiros virão, sem saber o que lhes esperam...

17 de novembro de 2009

Sonhos e fantasias

Por mundos tão distantes, meu pensamento viaja
Vales, colinas, montanhas, sem limites ele voa
Por intrincados atalhos; busca, inflexível, seu destino
Segue seu rumo, sem barreiras, sempre em frente
Em minha mente, o impossível torna-se real
Fantasia e realidade se fundem
O que parecia inalcançável, em matéria se transforma
Em minhas mãos, estão os meus sonhos
Em meus sonhos, se encontram meus desejos
Todos os meus anseios são possíveis
Seja na realidade, seja nos sonhos, lá eles vivem
E deixam de ser possíveis ou impossíveis
Apenas existem

13 de novembro de 2009

Apenas uma gota


Noite fria, a paisagem gelada se revela
A gota de orvalho se prende à relva
Como se não quisesse cair e no solo se desvair
Torna-se pingo de gelo
Finge ser cristal, pelo menos por um instante
Logo chega a manhã
O sol aquece a paisagem
E o cristal derrete-se, despedindo-se da relva
Volta a ser apenas uma gota de orvalho

12 de novembro de 2009

Um natal diferente

Como quem não quisesse ser visto, sorrateiramente chegou.
Abriu a porta da sala, tirou os sapatos para não fazer barulho.
Parou. Por um instante pensou:
- Será que o que estou fazendo é certo?
Hesitou, mas continuou em frente. Verificou se todos estavam dormindo.
E foi direto ao quarto do filho mais novo, de sete anos de idade.
Já eram 4 horas da manhã e o menino estava em sono profundo.
O pai, aflito, sabia que tinha que tomar aquela decisão. Foi então que abriu a sacola que trazia consigo, abriu o embrulho e tirou de dentro um carrinho de brinquedo, enquanto acordava a criança:
- Acorde, meu filho, seu presente de Natal!
O menino, sem nada entender, se levanta, esfregando os olhos e diz:
- Natal? Mas como, se ainda estamos em novembro?
O Pai, emocionado, diz com simplicidade:
- Olha meu filho, eu fiz isso para mostrar para você o significado verdadeiro do Natal. Este dia significa o nascimento de Jesus e não precisa necessariamente ser comemorado no dia 25 de dezembro. Natal é renascimento. Natal é todo dia e hoje eu quero comemorar, dando esse presente para você.
O menino, emocionado, diz:
- Obrigado, papai. Agora eu entendi. Hoje é um dia tão importante quanto os outros. E quero comemorar com o senhor.
Nesse instante, a família estava toda acordada. A esposa e o filho adolescente vieram ao quarto para ver o que se passava, e se depararam com uma bela cena: o pai, abraçado ao filho. Ambos chorando.
Disse o pai:
- Como forma de agradecimento, vamos fazer uma oração. Agradecer por tudo o que temos recebido e pedir muita luz em nosso caminho. Vamos fazer do dia de hoje, um dia especial. Assim como todos os dias de nossa vida.
E assim, perceberam que todo dia é dia de comemorar.
Os motivos? Cada um de nós tem os seus. Basta olhar à sua volta!

10 de novembro de 2009

Para quem nasceu antes de 1980

(autor desconhecido)

Quando éramos pequenos, viajávamos de carro (aqueles que tinham a sorte de ter um...) sem cintos de segurança, sem freios ABS e sem air-bag!
Os vidros de remédio ou as garrafas de refrigerante não tinham nenhum tipo de tampinha especial.
A gente bebia da torneira e nem conhecia água engarrafada!
A gente andava de bicicleta sem usar nenhum tipo de proteção.
A gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios até que déssemos de cara com a calçada ou uma árvore... E depois de muitos acidentes de percurso, aprendíamos a resolver o problema... SOZINHOS...!!!
Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo; nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde estávamos, mas tinham certeza de que não estávamos em perigo.
Não existiam os celulares. Incrível! E a gente procurava encrenca.
Quantos machucados, ossos quebrados e dentes moles nos tombos...
Ninguém denunciava ninguém... Eram só “acidentes” de moleques; na verdade, nunca encontrávamos um culpado.
Você se lembra destes incidentes? Janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho... Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos roxos...
E mesmo que nos machucássemos e, tantas vezes, chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem nossos pais vinham a descobrir...
A gente comia muito doce, pão com muita manteiga... Mas ninguém era obeso. No máximo, um gordinho saudável...
A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante, em três ou quatro moleques, e ninguém morreu por causa de vermes!
Não existiam o Playstation, nem o Nintendo... Não tinha TV a Cabo, nem videocassete, nem computador, nem Internet... Tínhamos, simplesmente, amigos!
A gente andava de bicicleta ou a pé. Íamos à casa dos amigos (sem precisar ligar antes avisando), tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos...
Sozinhos em um mundo frio e cruel! Sem nenhum controle! Como sobrevivemos?
Inventávamos jogos... Com pedras, feijões ou cartas... Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos, minhocas, e outros animaizinhos, mesmo que nossos pais nos dissessem para não fazer isso!
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que repetir o ano... Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano, mesmo não passando... As professoras eram “insuportáveis”! Não davam moleza...
Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado, mastigar chicletes na sala de aula, ou mandar bilhetinhos falando mal da professora, correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola no pátio.
As nossas iniciativas eram “nossas”, mas as conseqüências também! Ninguém se escondia atrás do outro...
Os nossos pais eram sempre do lado da lei quando transgredíamos as regras.
Se nos comportássemos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e, incrivelmente, nenhum deles foi preso por isso! Sabíamos que quando os pais diziam “NÃO”, era “NÃO”.
A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas as vezes que íamos ao Supermercado. Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa...
Por incrível que pareça, nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, o que queríamos...
Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos “solucionadores” de problemas... Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências...
Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade...
E não é que aprendemos a resolver tudo? Sozinhos!
Se você é um destes sobreviventes, parabéns!
VOCÊ VIVEU A VIDA...


9 de novembro de 2009

Ainda há tempo

A rosa, sem perceber, nasceu com dois destinos: encantar e ferir.
Com seu perfume e beleza, a todos encanta e fascina. Com seus espinhos traiçoeiros, aos incautos fere.
Nas veredas de nossa vida, muitas rosas encontramos.
Mas aqueles que sabem encontrar na rosa o encanto e o aroma das pétalas macias, sabem também retirar os espinhos.
Sem machucar a tão formosa flor, valorizam o que existe de belo e descartam o que pode ferir e não tem serventia.
Quantas rosas já encontramos em nossa vida, e quantos espinhos deixamos de retirar. E quanta beleza e perfume ficaram esquecidos em tantos jardins.
Mas ainda há tempo. As rosas continuam a existir e a exalar seu perfume.

6 de novembro de 2009

A vela e o pavio

De uma pálida vela, vem a luz que ilumina a penumbra
A vela consome-se enquanto queima o pavio incandescente
Clareia a noite
A vela e o pavio, juntos, como se fossem únicos
Vão exaurindo sua existência
Breve vida, curto destino, notável missão
Iluminar, aquecer, aconchegar
Pela singela chama de dois objetos sem vida
A vela e o pavio
Que, juntos, trazem o brilho da tão sonhada luz
Cria-se vida
Mas que, separados, são apenas dois objetos
A vela se queima, o pavio se acaba, a vida continua

4 de novembro de 2009

Uma casa simples


Uma pequena fazenda
Uma estradinha de terra
Uma casa simples
Uma plantação de milho
Crianças brincando no pomar
Os homens trabalhando no campo
As mulheres lavando as roupas no riacho
Os animais soltos no pasto
A noite quase chegando
O sol se põe
O dia se vai
Uma luz dentro da casa simples
Uma voz de criança
Ouve-se uma prece
A Deus agradecendo por mais um dia
E que o amanhã seja iluminado
Para os homens do campo
As mulheres do riacho
As crianças do pomar
Os animais do pasto
Da plantação de milho
Da estradinha de terra
Da pequena fazenda

3 de novembro de 2009

Uma ponte para o amanhã

Domingo, ao arrumar minhas coisas, percebi que não havia tirado a folhinha de meu calendário do mês de outubro. Já estávamos no mês de novembro.
Prontamente, puxei a folha da frente,amassei e joguei fora. Foi então que percebi uma coisa interessante: A todo momento estamos, ou melhor, poderíamos estar fazendo isso em nossa vida.
O que fizemos, o que se passou, são coisas que não podem ser mudadas. Podemos sim, programar nosso futuro no calendário que se apresenta à nossa frente. É muito comum dizer que águas passadas não movem moinhos e isso é uma verdade. O momento mais importante é o momento presente.
Devemos aproveitá-lo ao máximo e assim, teremos a certeza de um futuro sólido. Pois fizemos do presente, uma ponte para o amanhã.
As "folhinhas" tiradas podem não ter mais utilidade, mas servem-nos de referência para nossos próximos passos, que estão escritos em nosso calendário. Mas que não conseguimos decifrá-lo.