30 de março de 2010

Meus filhos


Meus filhos que estão na Terra
Santificado seja o meu nome
Que o meu reino chegue até vós
Seja feita a minha vontade
Além do Céu, em toda a Terra

O vosso pão de cada dia
A todos será ofertado
Perdoarei vossas ofensas
Assim como vós perdoareis a que vos tenha ofendido
Não deixarei que a tentação caia sobre vós
Mas do mal, a todos livrarei
Amém

26 de março de 2010

Sublime remanso


Qual é a nossa missão? Muitas pessoas repetem essa pergunta diariamente, mas nem sempre as respostas são objetivas.
Naturalmente, cada pessoa tem um ponto de vista sobre os acontecimentos que se passam em suas vidas. Na maioria das vezes, consideramos excessivamente pesado o fardo a nós imposto.
Mas geralmente não percebemos o tipo de carga que transportamos; ou melhor, sentimos tão somente o cansaço e as dores por cumprir nossas obrigações. A essência de nossa tarefa fica em segundo plano.
Via de regra, desanimamos e não notamos algo muito importante: Qual o real sentido daquele acontecimento para conosco?
É natural para o ser humano que nesse instante não vislumbremos coisas boas e promissoras. Se nos encontramos em situação desfavorável, apenas previsões desvalidas vêm à nossa mente.
Analisando-se esse momento por outro ângulo, poderíamos chegar a outras conclusões. Imaginemos, por exemplo, que tenhamos a imcumbência de transportar uma grande carga de cocos verdes por um longo e tortuoso caminho. As dificuldades seriam muitas.
É claro que muitos ficariam exaustos, infelizes e a grande maioria desistiria logo no começo da jornada.
Mas o que devemos nos lembrar é que mais adiante, e não sabemos quando, essa carga de cocos será transformada. Sua fibra trará muitos benefícios à industria, sua polpa será o precioso alimento que saciará a muitas pessoas e sem contar a valisíssima água, que matará a sede de tantos que a procuram.
O alívio, finalmente, chegou a quem tantas agruras suportou.
Pois é, aquele homem que sofreu ao transportar a pesada carga, hoje colhe os frutos de seu esforço e superação. O que parecia martírio, transformou-se em sublime remanso.
A partir desse momento, aprendemos que nem tudo na vida é o que parece.
Se prestarmos bem atenção, veremos que o presente é o futuro revestido de mistério. Cabe a nós decifrá-lo e viver a vida.

22 de março de 2010

Além do impossível


Mar sereno, leve brisa
Em um barco à deriva, sou guiado pelo acaso
Por mares desconhecidos, meu caminho então sigo
As velas que outrora eram impelidas pelo vento
Hoje parecem teimar em não içar-se
Tento conduzir a velha embarcação, mas a força da correnteza me domina
Avizinha-se uma tempestade, o dia cai e a noite chega
O manto estrelado dá lugar às pesadas nuvens
Começa a tempestade e balanço das ondas agita o pequeno barco
Mas sigo em frente, sempre acreditando
Pois sei que o temporal é passageiro e o dia se aproxima
Ao longe, vêem-se os primeiros sinais do sol
Que, finalmente , aponta no horizonte
Seus raios iluminam minha direção com um facho de luz na escuridão
As nuvens se dissipam no céu, agora tão azul como um manto de anil
Os ventos dão lugar à refrescante e calma brisa
Como se fosse um milagre, consigo içar as velas
E a embarcação retoma seu rumo
Passo a passo, retomo a busca do meu destino
Mesmo distante, vislumbro ao longe meu almejado porto seguro
Chego então à minha querida terra, são e salvo
Mesmo abatido e quase sem forças, venci
Superando cada obstáculo, transpondo todas as barreiras
Pois sabia que minha missão encontrava-se além do impossível

17 de março de 2010

O jogo da vida



Esperei o quanto pude. Estava cansado, mas não poderia adiar aquele momento. Relutei em realizar o encontro que há muito tempo esperava.
Mal acordei pensando nesse dilema, e me defrontava com uma situação inusitada. Ir ou não ir ao encontro?
Sabia que essa conversa seria de suma importância para aprimorar meu autoconhecimento. Meus sonhos, minhas fantasias, meus planos precisavam de diretrizes que minha mente já não dava conta de conduzir.
Levantei-me. Sem demora; tomei um rápido banho, troquei de roupa e dirigi-me até a porta da sala.
Antes de pensar qualquer coisa, no que e como falar, deparei-me com sua presença. Lá estava ele. Quanto esperei por esse momento. Olhei profundamente em seus olhos e perguntei:
- Como vai você?
- Bem, graças a Deus. Estava com saudade. - Respondeu
Meio sem jeito, questionei:
- Você tem acompanhado a minha vida, sabe como tenho passado?
- Bem; você sabe que, mesmo distante, conheço você como a palma da minha mão. Sei que posso te ajudar
- Como? - Retruquei
- Você é uma pessoa de grande capacidade. Talvez não se enxergue dessa maneira. Como sei de suas virtudes, é meu dever aconselhá-lo e lembrá-lo de que você tem muito mais potencial do que pode imaginar.
- Mas tenho passado por tantos momentos difíceis... Tenho lutado muito, mas as coisas parecem que demoram a acontecer. - Disse-lhe, então
- Eu sei, mas esses momentos levaram-no a atalhos nunca antes conhecidos e muitos sinais apareceram em sua vida. E ainda continuam a aparecer.
Você ainda não está na estrada principal. Quando todos esses sinais forem decodificados e aproveitados, pode ter certeza: o sucesso vai chegar!
- Mas como poderei saber se a hora certa chegou? Como saberei se estou no caminho correto? - Questionei
- Depende de você - Ele respondeu
- Como assim?
- Imagine que sua vida seja um jogo. Composto de várias fases. Olhe para trás, analise tudo o que se passou contigo, pese na balança os erros e acertos.
Some os pontos positivos e negativos e veja o resultado. Eu sei que atualmente você tem muito mais pontos do que há tempos atrás.
- Poxa, eu nunca havia pensado desse jeito. Às vezes lamento-me por coisas tão sem importância, que deixo de aproveitar momentos de tanto valor e tanta beleza. - Respondi
- Pois então; a vida é assim, nem tudo são flores. É nessa hora que devemos valorizar as coisas positivas que conquistamos e desprezar o que não nos serve. Reunir o que há de bom e seguir em frente. Muitas dificuldades virão, mas você estará preparado. - Acrescentou
- Acho que estou começando a entender... - Pensei comigo
- Seu saldo será sempre positivo, pois tudo o que não era útil, foi descartado por você. - Falou com convicção
- Meu amigo, nem sei o que dizer. Olhando por esse ângulo, tudo fica diferente. É lógico que nossa vida é feita de altos e baixos, mas vivendo dessa maneira como você disse, tudo fica mais fácil de enfrentar.
Hoje sei que vou guardar em minha mente somente o que de bom me aconteceu. Os momentos de dificuldade serviram a mim de escada para chegar a essa conclusão. – Disse-lhe então
- Parabéns! Eu sabia que com essa conversa, sua mente se abriria e chegaria à conclusão de todos nós temos capacidade. É só olhar para dentro de si e jogar o jogo da vida. As regras, agora, você já sabe.
Agradeci e despedi-me com um até breve. Da mesma maneira ele agradeceu e disse que sempre estará por perto.
Meus olhos começaram a lacrimejar, e naquele momento tive a certeza de que nada é impossível. Basta acreditar.
Respirei fundo e agradeci pelo nosso encontro. Sentia-me uma outra pessoa.
Como se estivesse voltando à realidade, estendi a mão e lentamente toquei o espelho dependurado na porta da sala. Refletia a minha imagem.
Eu acabava de ter um encontro com a pessoa mais importante da minha vida.
O meu eu interior. Ninguém melhor para guiar o meu caminho.

12 de março de 2010

Breve destino


Na mansidão da primavera, o riacho segue seu caminho
Atravessando muitas veredas, viajando incessantemente
Por onde passa, deixa um rastro de vida
As chuvas trouxeram uma nova roupagem ao cristalino córrego
O tempo de estiagem ficou no passado, é tempo de fartura
O pequeno fio de água que teimava em atravessar as tórridas paisagens
Hoje, é alegria em profusão
Sua presença é sinal de renovação constante
O destino do pequeno rio é bruscamente interrompido
Uma queda queda d'água corta seu longo trajeto
Imponente cachoeira que, do alto, lança o precioso líquido
Qual um véu de noiva, enfeita a paisagem com seu alvíssimo manto branco
Em outro leito, suas águas são depositadas
E juntamente com outros tantos riachos, formam um novo rio
A história recomeça, tudo se renova
Quantas paragens, quantos obstáculos
Mas sempre adiante, sempre seguro
Parece ser o mesmo momento; porém, muita coisa mudou
São outras as águas que correm
O ar foi totalmente renovado
O brilho do sol modificou-se
Outros peixes ali habitam
As pessoas não são as mesmas
A natureza se transformou
Da antiga paisagem, algo permaneceu imutável
O leito do velho rio
O guia condutor de seu breve destino
O tempo corre, a vida passa, sua alma permanece

9 de março de 2010

Mil estrelas


Olhando para o céu, tentando enumerar as estrelas
Me perco em devaneios, impossível contá-las
Parecem brincar com minha mente
Como crianças correndo sem rumo
Pura diversão
Mil pensamentos, mil sonhos
O infinito celeste remete-me a diversos lugares
Vou além do que vejo, sinto além do que vivo
Estou aqui, sinto-me em qualquer parada
Viajo sem sair do lugar
Cada ponto luminoso é uma estação
Parecem estáticos como flores em um jardim
Mas a mim transmitem sensação de movimento
Como se cada um deles fosse uma estrela cadente
E eu tenho a oportunidade única de realizar minhas vontades
Mil estrelas, mil sonhos, mil desejos

5 de março de 2010

Saber esperar


Chega o outono. O vento forte balança os galhos da velha árvore, espalhando as folhas secas pelo chão, já coberto por tantas outras ali depositadas.
Um imenso tapete amarelado forma-se por todo o descampado, transformando a paisagem em prenúncio do dias frios que se aproximam.
Passam-se os dias e, cada vez mais, aquele lugar calmo e tranquilo vai dando lugar a uma paisagem sombria e desalentadora.
As árvores, que outrora nos encantavam com suas belas flores e frutos, hoje já mostram os galhos despidos de sua beleza.
Os animais, que antes tinham alimento abundante, já se contentam com as folhagens secas e enfraquecidas pela falta de chuva.
O rio, que era sinônimo de fartura, hoje é um pequeno fio de água a correr pela terra seca e infértil. Porém, tudo se renova.
O tempo é o único remédio capaz de sanar qualquer mazela.
A primavera chega para todos. As esperanças recomeçam e, enfim, tudo volta ao seu ritmo normal.
Voltam as flores; o rio se enche de água, abastecendo de vida todos que o cercam. O sol brilha com intensidade e traz de volta a alegria com que tantos sonhavam. O que era sonho virou realidade.
Da mesma forma, podemos nos espelhar na natureza. Como tudo tem seu ciclo, devemos aprender a esperar.
Se hoje o inverno desfolhou a árvore de nossos sonhos e trouxe o frio para nos desabrigar a alma, sabemos que a mudança está por vir.
A primavera chega em nossa vida e a tudo restaura. E é esse o momento de agir. Aproveitar cada momento e colher os frutos que nos foram ofertados pela vida, pois temos a consciência que um dia, a primavera vai passar.
E se soubermos tirar proveito dessas benfeitorias conquistadas, não sofreremos as agruras do inverno que chegará. Pois aprendemos que saber esperar é o segredo que transforma nossa existência.

1 de março de 2010

A chuva da esperança


Sem rumo, o vento carrega as nuvens para o infinito
Quantos infinitos existem em nosso mundo?
Quantos mundos existem em nossa vida?
As nuvens não sabem, mas um dia serão dissipadas pela chuva
Ou simplesmente serão lembranças de um dia ensolarado
Do nada vieram, para o vazio caminham
Se às vezes somos levados sem rumo
Se a vida nos leva para pontos infinitos
Podemos e temos a capacidade de reagir
Mudar as direções, determinar o rumo do nosso destino
Não somos vazios, somos carregados de emoção e deteminação
Viemos de uma centelha Divina, para a perfeição caminhamos
Não somos como nuvens vazias que desaparecem rapidamente no espaço
Sigamos o bom exemplo das nuvens de chuva
Mesmo pesadas e sombrias, transformam-se em bem-aventurança
Fazem brotar a vida e ao céu retornam como pequenas gotas de água
Nossa existência pode tornar nosso caminho difícil
Mas podemos virar o jogo e transformar as dificuldades
Façamos cair a chuva da esperança
Cada gota fará com que essas mesmas dificuldades
Sejam sementes de oportunidade
Que brotarão e multiplicarão nossos êxitos