E a vida continua

Em terra insólita a semente repousa, qual berço abrigando indefesa criança
Refém das adversidades do tempo, dependente da água e da indispensável luz
A tudo enfrentando, sem saber do destino que lhe espera
Se conseguirá brotar e tornar-se árvore frondosa
Talvez pereça antes que se forme o broto
Talvez receba carinho e cuidados ao longo do tempo
Enquanto as dúvidas cercavam nossa querida semente
O tempo passou
Para algumas sementes, o infortúnio cercou sua existência
Não resistiram
Para outras, a terra colaborou
Deu-lhe os nutrientes necessários para sobreviver
A água em abundância ajudou-a a se fortificar
O sol trouxe a luz tão esperada e ela cresceu
Já não era mais semente
De tímido broto transformou-se em pequena planta
A olhos vistos, via-se então a imponente árvore
Outrora, pequenino ser tão dependente
Hoje, madura, produz sombra e frutos que abrigam novas sementes
Que percorrerão o mesmo caminho
E assim a vida continua