31 de janeiro de 2011

Águas da esperança


Abençoada chuva, lava a alma e lava a terra
Traz esperança, traz a vida
Na fartura da colheita, é somente alegria
Na tempestade que devasta, é momento de recomeçar
A chuva chega, mas não é eterna
Seja benfeitora, seja arrasadora
O tempo se encarrega da sua existência
Em nossa vida, às vezes temos tempestades
Mas dela, podemos tirar proveito
Das suas águas, guardamos a experiência
De que tudo na vida passa
As águas, a correnteza, o temporal
Menos a nossa esperança

24 de janeiro de 2011

Espelho da vida

 
Qual o poder que tem o fogo, se nada existe a ser queimado?
De que vale a força de um vendaval, se não existem obstáculos à frente?
Ser o mais rápido não tem valor, se na disputa não há oponentes...
O muito pode ser pouco
O tudo pode ser nada
Ser o que se vê
Ver o que se é
O valor é algo ambíguo, não depende de si
É muito mais, vai muito além
A importância de ter reside no valor de ser
São os contrapontos da existência
É o espelho da vida

17 de janeiro de 2011

O circo chegou


Alegria, alegria; o circo chegou
Trazendo alegria, a todos encantando
Festa na cidade, a vida ganhou cores
Palhaços que brincam, malabaristas surpreendentes
Engolidor de espadas, globo da morte
Tudo é fantasia, tudo é realidade
O circo chegou trazendo sonhos, mas o sonho não é eterno
Logo, toda aquela algazarra irá partir
Levando consigo toda aquela folia
E a vida volta ao normal
Mas podemos e devemos ser criativos
Pelo menos na nossa lembrança, o circo ainda vive
Com as mesmas alegrias, os pallhaços, as cores vibrantes
Assim, a vida se torna mais brilhante, mais viva
A felicidade mora dentro de nós
O circo é eterno

10 de janeiro de 2011

A escalada


Parecia tão longe... Ao olhar para o alto e avistar o cume da grandiosa montanha, pensei: "É muito difícil, é quase impossível chegar lá!"
Mas era preciso subir, não tinha alternativa. O caminho até então percorrido não poderia ser desfeito. Ainda tinha um objetivo a cumprir. Sabia que nessa escalada encontraria muitos obstáculos; sol, chuva, frio, vento, fome, sede. 
Tudo isso sem contar os desavisados maus conselhos de quem não tinha coragem de enfrentar a subida:
- Você não vai conseguir, desista. Muitos tentaram e não tiveram êxito...
Mas o momento era de ouvir a voz que vem de dentro do coração. Somente eu sabia da minha capacidade e da importância de cumprir o meu destino.
Comecei a escalada. Pouco a pouco fui alcançando altura; conhecendo o ambiente, tendo a consciência dos riscos que corria. Mas com a certeza de que meu esforço seria recompensado, pois estaria alcançando o ponto mais alto da minha arriscada viagem.
Lentamente, mas sempre subindo, fui distanciando-me do chão e cada vez mais próximo do cumprimento dos meus objetivos. Subir quando necessário, parar quando preciso. É importante ter consciência de se trilhar um caminho de forma segura, saber que cada instante percorrido é o mais importante de cada jornada.
Sem perceber, fui deixando para trás todos os medos e desconfianças. Os maus conselhos ficaram lá em baixo e levei comigo apenas as palavras de apoio e a vontade de chegar são e salvo.
Logo, o alto da montanha já não parecia tão distante. Olhando para baixo, os problemas e dificuldades representavam diminutos pontos que lá embaixo ficaram. Quando menos esperava, lá estava. A minha luta chegava ao fim.
A montanha, que antes parecia inacessível, tornou-se uma grande aliada do meu sucesso. Dessa maneira, só então percebi que a minha dificuldade em vencer a escalada não estava no caminho a ser percorrido, e sim na forma como enxergava o desafio.
O topo é apenas parte da montanha; estava lá, imóvel. Coube a mim encontrar meios para que lá chegasse. E cheguei.

3 de janeiro de 2011

À beira do riacho

 
O suor derramado do rosto, o cansaço
De quem luta de sol a sol
Para quem a esperança é uma quimera
Um árduo caminho a percorrer
A lida parece interminável
Mas é preciso caminhar
Viver é preciso
Lutar é fundamental
Ir em busca do tão esperado remanso
Alcançar o tão desejado repouso
Parar à beira do riacho
Enxugar o suor do rosto
Ter o sol como parte da paisagem, não como algoz
Beber das límpidas águas que ali correm
Deitar no gramado e observar as nuvens
É tempo de colher os frutos
O caminho difícil já foi percorrido
A batalha foi vencida
Agora é olhar para a frente e seguir
Mas doravante, com outros olhos
Olhar de quem sofreu, lutou e finalmente venceu